Meus nobres e desiludidos companheiros, a estória de hoje
representa provavelmente a maior injúria que um ser humano pode sofrer nessa
nossa efêmera existência, depois do chifre, é claro. Mas, enfim, sempre devemos
tomar as desgraças alheias como lição para que o mesmo não nos ocorra.
Esse é o tipo de caso que todos os novinhos de PM
deveriam ler para verem a complexidade de nosso labor e as desditas que dele
pode nos advir.
O herói dessa estória era um policial como qualquer
outro, mas com uma pequena diferença: era nervoso e intransigente. Sempre
queria as coisas da maneira dele. Depois que virou cabo então, a coisa piorou.
Quando ele dava a ordem para um paisano, se o paisano titubeasse, ou pensava em
ponderar, ele ficava enraivecido e, incontinenti, dependendo da gravidade da
“folga” do elemento, a mãozada descia no pé da orelha.
E como sua maneira de agir sempre dera certo, ele não via
motivo para mudar seu modus operandi.
Mas vamos com a estória. Tudo aconteceu num malfadado dia
em que ele comandava uma guarnição de POzeiros. Então uma paisana passou por
ele e lhe informou que havia um elemento procedendo em “gestos obscenos” nas
imediações.
Bem, se esse elemento está fazendo esse tipo de coisa à
vista de todos, pensou ele, muito provavelmente faz coisa muito pior às
escondidas. Então, seu já espírito irascível ganhou uma dose extra de cólera,
que o fez ferver por dentro.
Depois de andar pouca coisa, viu a criatura. Estava em
uma área verde de cócoras com as nádegas expostas, e não parecia muito
preocupado em ocultar suas vergonhas. Nesse momento, nosso encolerizado cabo
parecia até que soltava fumaça pelo nariz. Então começou a andar na direção do
cidadão e gritando para ele se vestir imediatamente. Mas o elemento permanecia
imóvel, mesmo com os impropérios e imprecações de nosso graduado.
Bem, com relação aos outros da guarnição, conta a
história que tentaram de toda maneira dissuadir o cabo de se aproximar do
elemento, mas foi em vão. Ele chegou ao lado do obceno, tocando rispidamente no
ombro dele perguntou se não o estava ouvindo. O despreocupado cidadão, repeliu
a mão do cabo com um tapa e fez uma careta do tipo “se toca maluco!”
Nosso cabo não teve dúvidas, era desacato! Então quando
puxou uma mão do elemento para algemá-lo, a outra veio cheia de excremento em
direção a seu rosto. Então se iniciou uma batalha lancinante. Enquanto nosso
cabo lutava para imobilizar o elemento, tinha a preocupação extra de se
desvencilhar daquela substancia repugnante, que por essas tantas, já estava em
toda sua farda e rosto.
Depois de uma batalha homérica em que rolaram no chão no
chão por quase 2 minutos, pois o defecador era relativamente forte, nosso
comandante finalmente o algemou. Enquanto isso, o restante da guarnição
assistia a tudo de longe, tapando o nariz, sem ousar chegar perto.
E como miséria pouca é bobagem, quando uma viatura chegou
para apoiar, se recusaram a colocar o evacuador no cubículo, posto que estava
todo melado daquela substancia asquerosa e com um odor hediondo. Então, a muito
contragosto do cabo, tiveram que liberar ali mesmo o doido.
Após esse ato de heroísmo e dedicação ao serviço
policial, dizem que nosso intrépido cabo ficou umas duas horas se lavando com
sabão e álcool em gel, no banheiro de um postinho; e teve de esperar sua pusilânime
guarnição ir comprar outro uniforme, pois o antigo estava imprestável.
AVANTE PRAÇAS UNIDOS!
NÃO TEMOS TEMPO DE TER MEDO!
Autor El Cid
Diário
de PM/BM
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