terça-feira, 16 de abril de 2013

Ordinário, marche!




A rotina de um quartel é rígida, a disciplina é constantemente cobrada. Com essa justificativa, alguns superiores frequentemente confundem ajustes de conduta com abusos de autoridade ou treinamento árduo com demonstração de sadismo. 


Durante cursos de formações as turmas normalmente se deslocam de um lugar para outro de maneira uniforme, seja correndo, caminhando ou marchando, assim como obrigam os formandos a práticas inúteis, apenas para alimentar o ego do instrutor ou reforçar a condição de inferioridade de seus comandados.

Certo dia, após intenso treinamento físico, os pelotões estavam em forma há algum tempo esperando a ordem para avançar até o rancho. Já havia passado uns bons minutos e os alunos continuavam no sol, com fome e sede, aguardando a autorização para almoçar. 

Por que isso? Simplesmente porque um capitão achou por bem dar-lhes esse castigo, sem qualquer justificativa, pois julgava que aluno deveria suportar tudo.

Aí um dos alunos pediu autorização para falar e disse:

- Capitão! Permissão para quando sair do quartel ir até o Ministério Público denunciar a prática de tortura nesse curso.

- Como é aluno!? Tá ficando doido!?

- Não senhor! É que passamos o dia inteiro no sol, sem beber água, sem nos alimentar e alguns já começam a passar mal. Se eu ou alguém desmaiar aqui irei relatar o fato ao MP.

O capitão, puto da vida, resmungou que hoje em dia os alunos estão muito folgados e liberou a turma para o refeitório (marchando, é claro). (*)



Diário de PM/BM
(*) História originalmente publicada em um comentário no blogue Abordagem Policial e aprimorada após tweets do @Cathala.

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