Todo
militar sabe que ao longo da sua carreira, querendo ou não, possivelmente
servirá em diferentes unidades dispersas ao longo da extensão territorial de
sua corporação. Em alguns casos é possível escolher, noutros é preciso aceitar,
obviamente quanto mais satisfeito estiver o servidor com a localidade em que
trabalha, possivelmente seu rendimento será melhor, o que interessa à
Administração Pública segundo os princípios que a regem.
Em
geral, após a formação, o militar é apresentado a um rol de vagas para escolha,
seguindo critério de classificação através da nota obtida ao longo do curso.
Certo que tal opção não deve perdurar por toda carreira (apesar de ocorrerem
casos assim), então tempos depois inicia-se o processo de movimentação,
conforme demandas, necessidades, pedidos, desejos, vontades…
Nem
sempre é possível agradar a todos, é comum que a capital e cidades estruturadas
sejam alvos de grande disputa, mas alguém precisa se fazer presente nos rincões
distantes. Também certas unidades, sejam administrativas ou especializadas,
muitas vezes atraem elevado interesse, por razões diversas, e naturalmente não
há espaço para todos que desejam.
Normalmente
as transferências se dão ou por Necessidade de Serviço (nem sempre tão necessária),
mas que faz jus a indenização por ajuda de custo para cobrir as despesas de
transporte, bagagem e instalação, ou então A Pedido, onde o militar manifesta
seu desejo voluntário de servir em determinado local, o que livra o Estado dos
encargos da mudança, algo a ser observado. Igualmente é preciso haver
planejamento, um comandante não pode desfalcar grande parte do efetivo de uma
só vez, traria danos ao serviço.
Toda
essa explicação, óbvia para alguns e pouco conhecida para outros, foi feita
para introduzir a reflexão sobre o seguinte questionamento para uma situação
hipotética: o que justifica retardar indefinidamente a longo prazo a permuta de
unidade A Pedido entre 2 militares que demonstram interesse em substituir um ao
outro, contando com o aval e concordância de ambos os comandantes? É possível
haver justificativa plausível, moral, legal e fundamentada nesse caso?
Diante
das dificuldades encontradas, há quem consiga acelerar (em velocidades
supersônicas) o processo acionando mecanismos estranhos à máquina que integra,
enquanto outros que não dispõem de tal privilégio se veem prejudicados em seus
estudos, saúde, família, bem-estar, sem serem capazes de simplesmente
entenderem o porquê. Ambos querem, os comandantes concordam, não há despesa
alguma, falta o quê? (*)
(*) Autor: Víctor
Fonseca
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