sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O Drama das Transferências




Todo militar sabe que ao longo da sua carreira, querendo ou não, possivelmente servirá em diferentes unidades dispersas ao longo da extensão territorial de sua corporação. Em alguns casos é possível escolher, noutros é preciso aceitar, obviamente quanto mais satisfeito estiver o servidor com a localidade em que trabalha, possivelmente seu rendimento será melhor, o que interessa à Administração Pública segundo os princípios que a regem.





Em geral, após a formação, o militar é apresentado a um rol de vagas para escolha, seguindo critério de classificação através da nota obtida ao longo do curso. Certo que tal opção não deve perdurar por toda carreira (apesar de ocorrerem casos assim), então tempos depois inicia-se o processo de movimentação, conforme demandas, necessidades, pedidos, desejos, vontades…

Nem sempre é possível agradar a todos, é comum que a capital e cidades estruturadas sejam alvos de grande disputa, mas alguém precisa se fazer presente nos rincões distantes. Também certas unidades, sejam administrativas ou especializadas, muitas vezes atraem elevado interesse, por razões diversas, e naturalmente não há espaço para todos que desejam.

Normalmente as transferências se dão ou por Necessidade de Serviço (nem sempre tão necessária), mas que faz jus a indenização por ajuda de custo para cobrir as despesas de transporte, bagagem e instalação, ou então A Pedido, onde o militar manifesta seu desejo voluntário de servir em determinado local, o que livra o Estado dos encargos da mudança, algo a ser observado. Igualmente é preciso haver planejamento, um comandante não pode desfalcar grande parte do efetivo de uma só vez, traria danos ao serviço.

Toda essa explicação, óbvia para alguns e pouco conhecida para outros, foi feita para introduzir a reflexão sobre o seguinte questionamento para uma situação hipotética: o que justifica retardar indefinidamente a longo prazo a permuta de unidade A Pedido entre 2 militares que demonstram interesse em substituir um ao outro, contando com o aval e concordância de ambos os comandantes? É possível haver justificativa plausível, moral, legal e fundamentada nesse caso?

Diante das dificuldades encontradas, há quem consiga acelerar (em velocidades supersônicas) o processo acionando mecanismos estranhos à máquina que integra, enquanto outros que não dispõem de tal privilégio se veem prejudicados em seus estudos, saúde, família, bem-estar, sem serem capazes de simplesmente entenderem o porquê. Ambos querem, os comandantes concordam, não há despesa alguma, falta o quê? (*)



(*) Autor: Víctor Fonseca

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