domingo, 11 de agosto de 2013

Estamos preparados para um confronto armado na folga?





Ontem quando saia de serviço e vinha para minha residência passei por duas situações que me levaram a refletir sobre o título dessa postagem: estou preparado para um confronto armado?
 

Sou acostumado a andar com os dois vidros dianteiros do carro abertos, não importando a hora e o local, só fechando quando chove mesmo, e já que saia do serviço, estava fardado (aqui no Distrito Federal a grande maioria dos policiais militares ainda faz o deslocamento para casa e para o serviço fardados). Parei em um semáforo e apesar da arma em condições estava tudo bem tranqüilo.

Um motociclista parou sua moto a aproximadamente dois metros de distancia da minha janela, olhou bem para mim e começou a mexer na cintura e em um bolso da jaqueta que couro que usava. Fazia isso de forma estranha, não aparentando estar em sua normalidade. Quando essa movimentação de mão começou a minha pistola que já estava em baixo da coxa passou para minha mão direita e ficou quase apontada para o motociclista.

Foram longos 50 segundos, não sei se ele percebeu minha movimentação, mas ele parou de se mexer e partiu. Recoloquei a arma embaixo da coxa e segui meu rumo.

Como se não bastasse essa situação ao chegar à minha casa, que tem portão automático, ao estacionar o carro de ré percebo outro motociclista, mas este não viu minha farda, já descendo da moto falando para eu não me assustar que ele era vigia da quadra e queria conversar comigo… falei que não estava assustado e pedi para que ele não se assustasse, pois eu estava armado e com a arma de fogo em punho.

Depois desci do carro e ele ao perceber minha vestimenta já se apressou em me mostrar documentos falando que era “cidadão de bem” passando-os pela grade do portão.

As duas situações me mostraram que somos preparados para o confronto no serviço, onde estamos fardados, contamos com companheiros para nos auxiliar, o efeito psicológico de estar em uma viatura e quase sempre em superioridade numérica. Mas em nossa folga, em nossos lares?

Será que estamos preparados? Há quanto tempo o colega policial não atira em um estande, não atira com um pouco de pressão, o que faz muita diferença, onde nosso psicológico está fora da normalidade. Infelizmente para a grande maioria dos policiais das corporações brasileiras (inclusa a minha, PMDF) a realidade é triste e desanimadora no que se refere a treinamento de tiro.

Todos enchem a boca para falar que o policial é policial 24 horas, mas na hora de dispor condições para o policial treinar a conversa muda de rumo.

Quando na folga não estamos preparados para confrontos, por isso o número de policiais mortos fora do serviço é tão superior aos mortos em confronto durante o serviço.

O Estado deveria nos dar treinamento, mas não adianta ficar resmungando esperando, afinal de contas a vida é nossa.

 

Segue um link do site defesa.org que lista estandes e clubes de tiro em quase todos os estados brasileiro:


 

 

 

DIÁRIO DE PM/BM

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