Lemos diariamente nos jornais, revistas, internet,
etc, que aumenta a criminalidade. Mais pessoas são mortas por bandidos, pelo
trânsito, por doenças.
É um mundo violento, ao extremo. Estar vivo hoje em
dia é sinônimo de uma batalha constante pela sobrevivência. Este ano de 2010 é
um ano especial em termos de crimes.
É o ano em que a consequência de crimes cujas
vistas grossas da sociedade nos revelam. Crimes hediondos são cometidos todos
os dias, por pessoas que não julgamos serem assassinos frios e calculistas, ou
meros viciados em busca do sustento para a dependência química.
Falo do cidadão comum, que sai de casa cedo, que
enfrenta a bestialidade do trânsito para chegar ao trabalho e retornar vivo
para casa.
É em casa que acontece, dia após dia, crimes
hediondos, contra todos, crimes ambientais. Sim, somos criminosos, responsáveis
diretos pelos cataclismos que estão se apresentando desde o início do ano.
Ficamos chocados quando vez que outra se fala em derretimento das calotas
polares.
Mas e daí, eu moro em Brasília, no meio do cerrado,
diria um cidadão. Pois o simples consumismo desenfreado, a falta de cuidados
dentro de sua casa o transforma, assim como a maioria de nós, em assassinos.
Cada vez que voltamos do supermercado, da padaria,
da oficina mecânica, inevitavelmente estamos cometendo esse crime de pouco
valor social, esse crime que não comove, mas que destrói vidas e consome
famílias inteiras nos desmoronamentos, nas enxurradas, nos alagamentos.
Sem contar problemas respiratórios, contaminação de
alimentos e tudo mais que sempre ouvimos por aí e que no fundo não nos
sensibiliza.
A pergunta que faço é: Quem de nós, cidadãos
comuns, de bem, pacíficos, não comete diariamente um crime contra esse ínfimo
planeta perdido no meio da via láctea?
Posso
esperar algumas respostas positivas, mas a triste constatação é de que a
maioria de nós é criminosa sim. Não separamos nosso lixo como deveríamos,
consumimos embalagens demais, gastamos recursos naturais demais.
Quando
o resultado de nosso desleixo vem em forma de acontecimentos naturais e
destrutivos, lamentamos, achamos um horror, pedimos proteção para forças
divinas, choramos as perdas. Mas no outro dia, voltamos a cometer os mesmos
crimes hediondos de antes. Até quando? (*)
(*) Roberyk
Diário de PM/BM
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