segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O GOLPE DO SARGENTO PATCHÔ!





Meus nobres colegas, a história de hoje é um alerta sobre o perigo de subestimarmos as pessoas com base em preconceitos. Às vezes, quando nos deixamos levar por ideias pré-concebidas, podemos entrar num caminho tortuoso que pode nos levar à derrota ou, como nesse caso, ao opróbrio. O preconceito nos impede de fazer uma avaliação correta e desapaixonada da realidade.



O caso de hoje aconteceu naqueles tempos épicos em Tão Tão Distante. Havia na gloriosa aldeia pioneira um sargentão antigão, faixa preta em uma dessas artes marciais do Japão, que passava o dia todo andando de quimono no quartel, igual ao Sr. Miyagi. O seu serviço era cuidar do tatame e só dava aulas muito raramente, quando o comandante fazia uma escala extra na folga dos POzeiros. Então os dedicados policiais vinham “putos de raiva” participar das aulas e adquirir a sabedoria do grande mestre.

Em sua aula, ele gostava de demonstrar como se deve dar um soco. Ele fazia uma cara feiíssima, ficava vermelho feito um pimentão e dava um violentíssimo soco no ar gritando: PATCHÔÔÔÔÔ! Os polícias quase ficavam com medo, de tão medonha que era a careta que ele fazia. Então, de tanto falar PATCHÔ, seu nome ficou PATCHÔ. Seu verdadeiro nome de guerra ninguém se lembra, mas lá no pioneiro é só falar no PATCHÔ, que todo mundo lembra.

Pois bem, tinha uma coisa que tirava o PATCHÔ do sério: jiu jitsu. Quando alguém falava em jiu jitsu nas aulas dele, ele ficava nervoso e depois de duas horas de discurso provava que sua milenar arte marcial era a melhor de todas. Para ele Jiu jitsu era coisa de playboy brigão. Então num belo dia os POzeiros estavam no tatame para a aula. Depois de certo tempo, em um treinamento sobre imobilizações, um policial disse uma heresia abominável: SARGENTO, SÓ O JIU JITSU SALVA!

Como discursos não adiantavam mais, então o irresignado PATCHÔ resolveu provar na pratica a superioridade e a infalibilidade de sua arte marcial. Então ele olhou em volta e, depois de pensar bem, escolheu um novinho.

Com relação a esse novinho, convém explicar bem o motivo do PATCHÔ escolhe-lo. Esse novinho era do tipo que fazia unhas, andava parecendo que estava pisando em ovos sem olhar pros lados. Era lento e delicado no se movimentar e meticuloso no falar. Andava perfumado feito uma dama da noite. Usava um óculos escuros que, de tão fashion, quase matava seu companheiro de PO de vergonha. Não digo que era pederasta, posto que não era assumido e, diante disso, é justo que utilizemos o princípio do in dúbio pro reo.

Pois é, quando o PATCHÔ viu aquele gentil novinho pensou logo que era o menos ameaçador de todos. Então mandou o amável novinho segurar o seu pescoço por trás. E o afável novinho deu o famoso “mata leão”. Porém meus nobres, além de ter alguns conhecimentos em jiu jitsu, o novinho era relativamente forte.

Então o novinho começou a apertar o pescoço do sargento que tentava esquivar-se do golpe. Enquanto o PATCHÔ fazia uma catadura terrível de esforço e sofrimento, o novinho permanecia impassível com o pescoço do sargento em seus braços. Depois de um minuto de martírio, o novinho deu uma afrouxada no pescoço, pois ficou com medo de matar o PATCHÔ sufocado.

Depois de dois ou três minutos de uma luta impiedosa, os outros PPMM temeram pela vida do grande mestre, pois ele não tinha mais idade para aquelas extravagâncias. Então, percebendo que mesmo que passassem mil séculos o sargentão não ia conseguir se desvencilhar, o novinho fingiu que deu uma bobeada para nosso amigo se soltar. Nesse momento ele se soltou rapidamente e, não satisfeito, jogou o novinho no chão gritando bem alto, num misto de alívio e glória: PATCHÔÔÔÔÔ!

Depois daquele dia as aulas do nosso honorável mestre passaram a se resumir apenas a socos no ar.

FIM

 

NÃO TEMOS TEMPO DE TER MEDO!

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