sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A ARMAÇÃO DO ESPERTÃO





Quem gosta de dar DM é bom que leia essa estória.

 

Meus nobres, pegar atestado médico em Tão Tão Distante é uma arte, e lá há muitos especialistas. Tem cara que é só colocá-lo em um extra ou em um final de semana que ele consegue rapidinho três, quatro, sete dias.

 


Enquanto uns tem essa facilidade, outros, como esse que vos escreve, já trabalhou quase morrendo de dor de cabeça e febre, com a garganta entupida de inflamação, pois o médico não acreditou que estava realmente doente.

 

O personagem de hoje é um antigão metido a esperto. Quem trabalha com ele, mesmo sem perguntar nada, passa o serviço inteiro ouvindo suas façanhas e conselhos de como se dar bem.

 

Não bastasse ele ser o cara mais esperto da PM de Tão Tão Distante, ele ainda é o maior pegador de mulher lá em Gamão, segundo ele próprio.

 

Pois é, mas na carreira gloriosa desse nosso amigo, nem tudo foi vitória e flores, houve episódios que até hoje ele se lembra com certa tristeza. A estória de hoje é sobre um infortúnio que teve e que ele gosta de relatar para que os novinhos não caiam no mesmo erro dele.

 

Tudo começou quando ele arrumou uma “namorada”, e como ele precisava arrumar tempo para ficar com ela sem causar desconfiança na 01, teve uma idéia genial: diria para a mulher que ia trabalhar (estava de serviço mesmo) e pegaria uma dispensa médica para depois ir se encontrar com o QRU. O plano era perfeito, só faltava o tal atestado, mas isso era detalhe.

 

Então foi à Policlínica pensando no que diria pro médico. Quando entrou no consultório, fez aquela cara de coitado, com o corpo todo encurvado, feito cachorro que caiu da mudança, e disse que estava com diarréia, dor de cabeça, dor no corpo e tontura.

 

O médico ficou examinado ele uns trinta minutos, sem saber qual seria seu problema. Apesar dos sintomas que alegava ter serem graves, sua pele estava corada, os olhos não tinham olheiras e seu estômago não fazia aqueles barulhos típicos de quem esta com caganeira.

 

Por fim, o desconfiado médico deu o diagnóstico. Mas não disse exatamente qual seria o problema, só falou que era grave e que teria que ficar internado para ficar em observação e ver se melhorava. No começo pensou que seria somente umas duas horas, que era só pra ficar deitadão esperando as papinhas das enfermeiras. Mas logo depois de colocarem o soro na veia, começou a tomar injeções e uns comprimidões bem grandes de duas em duas horas.

 

O problema maior não foi esse, foi quando sua mulher soube que estava internado. No começo ela quase enfarta de susto, mas quando descobriu que era tudo uma armação que tinha dado errado, seu susto se transformou em raiva, e a coisa ficou feia pra ele.

 

Depois de passar todo o final de semana internado, na segunda logo cedinho ele teve alta, e o médico o liberou para trabalhar no mesmo dia. Ele saiu da Policlínica todo inchado de tanto tomar soro e foi direto pro serviço, todo preocupado se as medicações que tomou não poderiam lhe fazer mal. Depois desse dia, nunca mais voltou à Policlínica.

 

Quando está realmente doente, prefere passar horas e horas esperando no Hospital público.

 

FIM!

 

 

Diário de PM/BM

 

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