Bandidos em dívida com o PCC têm de indenizar
facção com a execução de PMs.
Neste ano, 90 policiais militares foram mortos na
Grande São Paulo
Bandidos em dívida com a facção criminosa PCC têm
sido escolhidos para executar policiais militares em São Paulo como forma de
pagamento. Segundo o promotor Marcelo Alexandre de Oliveira, do Gaeco (Grupo
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Guarulhos, não só as
“mensalidades” que a facção exige são levadas em conta. “Se perdem armas ou
drogas, entram na dívida.”
Uma gravação feita com autorização judicial flagra
um bandido lendo as normas do crime organizado (salve-geral) para o
interlocutor. Ele cita um aumento na mensalidade do crime de R$ 600 para R$ 850
e também exige que dois policiais sejam mortos para cada assassinato de um de
seus “irmãos”, como são conhecidos os parceiros do crime organizado.
“Se os bandidos não pagarem a mensalidade, também
são eleitos para matar policiais para não serem executados”, disse Oliveira.
Das 18h de domingo até as 6h de segunda-feira, 13
pessoas foram assassinadas na Grande São Paulo. Neste ano, 90 policiais
militares foram mortos, 40 deles com características de execução.
O deputado Major Sérgio Olímpio Gomes disse que São
Paulo vive uma guerra urbana. “Está claro que há uma queda de braço. É iminente
a ocorrência de caixa 2 (policiais fazendo justiça com as próprias mãos).”
Nesta segunda, um policial militar ficou ferido em um ataque e um agente
penitenciário foi executado.
O promotor Olivieira citou um exemplo de como age a
facção PCC. “O diretor do CDP de Mauá, Wellington Segura, considerado
linha-dura pelos detentos, foi executado em 2007. “Os autores do crime foram os
mesmos que, anteriormente, tentaram assaltar um policial e se deram mal. A
polícia apreendeu um fuzil e, pela perda, eles foram escolhidos para matar o
diretor.”
Outros
casos:
Agente morto
O agente penitenciário Juarez Benedito Ferreira
Alves foi morto a tiros às 21h30 de domingo na Rua Sarutaia, em Guarulhos. A PM
encontrou a vítima em seu Scenic prata. O irmão do agente também ficou ferido e
caiu ao lado do carro. Segundo ele, dois homens que ocupavam uma motocicleta se
aproximaram atirando. Depois fugiram.
PM ferido
Um policial militar à paisana foi ferido na noite
de domingo na Avenida Belmira Marin, no Grajaú, Zona Sul de São Paulo. De
acordo com policiais da área, o policial estava de folga e teria tentado
impedir um assalto quando foi atingido. Ele foi socorrido ao Hospital do Grajaú
para ser submetido a cirurgia e transferido para o Hospital Militar, na Zona
Norte de São Paulo.
Baleados no Campo Limpo
Três pessoas foram baleadas durante a madrugada de
ontem na região do Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo. Fabiano Andrade dos
Santos, de 24 anos, Bruno Barbosa Cruz, de 19, e um adolescente de 17 anos,
foram baleados na Rua Antonio França, no Parque Figueira Grande. Os três foram
levados ao Hospital do Campo Limpo e não correm risco de morrer.
Tiros no bar
O pedreiro Celso Nunes dos Santos, de 47 anos,
morreu após ser baleado em um bar, às 20h do domingo, na Rua Quixodi, no Jardim
Nordeste, Zona Leste da capital. De acordo com testemunhas, o pedreiro estava
sentando em um banco na frente do bar quando dois suspeitos armados chegaram a
pé. A dupla gritou para o rapaz “você vai para o inferno”.
Ônibus queimados
Um ônibus foi incendiado na noite de domingo, na
Rua Celso Betim, 240, em Iguatemi, na Zona Leste de São Paulo. Segundo a
polícia, um homem armado entrou no coletivo e ordenou que os passageiros
saíssem. Outro coletivo também foi queimado na noite deste domingo, na Rua José
de Andrade Maciel, no bairro do Rio Pequeno, Zona Oeste da capital.
Fonte: Diario
SP
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