terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Vida de policial militar vale 850 reais

Bandidos em dívida com o PCC têm de indenizar facção com a execução de PMs.
 
Neste ano, 90 policiais militares foram mortos na Grande São Paulo
 
Bandidos em dívida com a facção criminosa PCC têm sido escolhidos para executar policiais militares em São Paulo como forma de pagamento. Segundo o promotor Marcelo Alexandre de Oliveira, do Gaeco (Grupo Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Guarulhos, não só as “mensalidades” que a facção exige são levadas em conta. “Se perdem armas ou drogas, entram na dívida.”
 
Uma gravação feita com autorização judicial flagra um bandido lendo as normas do crime organizado (salve-geral) para o interlocutor. Ele cita um aumento na mensalidade do crime de R$ 600 para R$ 850 e também exige que dois policiais sejam mortos para cada assassinato de um de seus “irmãos”, como são conhecidos os parceiros do crime organizado.
 
“Se os bandidos não pagarem a mensalidade, também são eleitos para matar policiais para não serem executados”, disse Oliveira.
Das 18h de domingo até as 6h de segunda-feira, 13 pessoas foram assassinadas na Grande São Paulo. Neste ano, 90 policiais militares foram mortos, 40 deles com características de execução.
 
O deputado Major Sérgio Olímpio Gomes disse que São Paulo vive uma guerra urbana. “Está claro que há uma queda de braço. É iminente a ocorrência de caixa 2 (policiais fazendo justiça com as próprias mãos).” Nesta segunda, um policial militar ficou ferido em um ataque e um agente penitenciário foi executado.
 
O promotor Olivieira citou um exemplo de como age a facção PCC. “O diretor do CDP de Mauá, Wellington Segura, considerado linha-dura pelos detentos, foi executado em 2007. “Os autores do crime foram os mesmos que, anteriormente, tentaram assaltar um policial e se deram mal. A polícia apreendeu um fuzil e, pela perda, eles foram escolhidos para matar o diretor.”
 
Outros casos:
 
Agente morto
O agente penitenciário Juarez Benedito Ferreira Alves foi morto a tiros às 21h30 de domingo na Rua Sarutaia, em Guarulhos. A PM encontrou a vítima em seu Scenic prata. O irmão do agente também ficou ferido e caiu ao lado do carro. Segundo ele, dois homens que ocupavam uma motocicleta se aproximaram atirando. Depois fugiram.
 
PM ferido
 
Um policial militar à paisana foi ferido na noite de domingo na Avenida Belmira Marin, no Grajaú, Zona Sul de São Paulo. De acordo com policiais da área, o policial estava de folga e teria tentado impedir um assalto quando foi atingido. Ele foi socorrido ao Hospital do Grajaú para ser submetido a cirurgia e transferido para o Hospital Militar, na Zona Norte de São Paulo.
 
Baleados no Campo Limpo
 
Três pessoas foram baleadas durante a madrugada de ontem na região do Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo. Fabiano Andrade dos Santos, de 24 anos, Bruno Barbosa Cruz, de 19, e um adolescente de 17 anos, foram baleados na Rua Antonio França, no Parque Figueira Grande. Os três foram levados ao Hospital do Campo Limpo e não correm risco de morrer.
 
Tiros no bar
 
O pedreiro Celso Nunes dos Santos, de 47 anos, morreu após ser baleado em um bar, às 20h do domingo, na Rua Quixodi, no Jardim Nordeste, Zona Leste da capital. De acordo com testemunhas, o pedreiro estava sentando em um banco na frente do bar quando dois suspeitos armados chegaram a pé. A dupla gritou para o rapaz “você vai para o inferno”.
 
Ônibus queimados
 
Um ônibus foi incendiado na noite de domingo, na Rua Celso Betim, 240, em Iguatemi, na Zona Leste de São Paulo. Segundo a polícia, um homem armado entrou no coletivo e ordenou que os passageiros saíssem. Outro coletivo também foi queimado na noite deste domingo, na Rua José de Andrade Maciel, no bairro do Rio Pequeno, Zona Oeste da capital.
 
Fonte: Diario SP
 
 

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