quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Acredite ou pague pra ver




Por: José Ricardo



Aula de tiro policial. Um tenente, excelente professor, contava para a turma do treinamento bienal:
 
 


- Aconteceu há alguns anos, lá na Pedreira. Eu era sargento na época. Ficamos cercados por todos os lados. Foram trinta minutos de troca de tiros. Depois que tudo acaba, é bom contar, mas, na hora, você quer que aquilo termine logo... Veio reforço de tudo quanto é batalhão. Até o helicóptero nos apoiou e posso dizer que nos salvou. Se não fosse o apoio, a união de nossa tropa... A viatura da Capitão Seagate veio até pela contramão para nos apoiar. Quem a conhece sabe que ela é um exemplo de oficial; chegou, desembarcou e partiu logo para o combate... Acredite, na hora você sente medo. E eu não tenho vergonha em dizer isso. Você pensa nos filhos, na esposa... Pensa na vida toda pela frente...

O Sargento Mike fazia parte da turma de treinandos e se emocionou com a história. Também já havia passado por momentos de dificuldade, não tão complexos como aquele, mas a sensação que sentira foi a mesma. Você quer sair vivo, quer que tudo acabe logo, medo. Sim, medo, um sentimento natural do ser humano. A adrenalina vai a mil e você reza para que o reforço chegue logo.

Mas a principal causa da emoção do Sargento Mike era porque, todas as vezes em que ele havia pedido prioridade, o reforço chegou rápido e em grande quantidade. Os companheiros sempre vieram como anjos da salvação. Sempre que recordava aqueles momentos de dificuldade, sentia gratidão pelo empenho dos colegas. Pensava consigo: Se não fossem eles, talvez eu não estivesse aqui hoje.

Mike segurou as lágrimas, enquanto o tenente continuava a narração:

- A arma do meu patrulheiro travou e eu gritava pra ele: “Aperta a tecla do ferrolho! Aperta!”. Ele não entendia e continuava apertando a tecla do gatilho e ficava mais desesperado ao perceber que a arma tinha dado pane e não atirava. Gente, na hora... Bem, nossa aula é sobe solução de panes. Se a arma travar, experimente apertar a tecla do ferrolho. Duvida? Acredite ou pague pra ver...



Nota: Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência.


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