Por: José Ricardo
Aula de tiro policial. Um tenente,
excelente professor, contava para a turma do treinamento bienal:
- Aconteceu há alguns anos, lá na
Pedreira. Eu era sargento na época. Ficamos cercados por todos os lados. Foram
trinta minutos de troca de tiros. Depois que tudo acaba, é bom contar, mas, na
hora, você quer que aquilo termine logo... Veio reforço de tudo quanto é
batalhão. Até o helicóptero nos apoiou e posso dizer que nos salvou. Se não
fosse o apoio, a união de nossa tropa... A viatura da Capitão Seagate veio até
pela contramão para nos apoiar. Quem a conhece sabe que ela é um exemplo de
oficial; chegou, desembarcou e partiu logo para o combate... Acredite, na hora
você sente medo. E eu não tenho vergonha em dizer isso. Você pensa nos filhos,
na esposa... Pensa na vida toda pela frente...
O Sargento Mike fazia parte da turma de
treinandos e se emocionou com a história. Também já havia passado por momentos
de dificuldade, não tão complexos como aquele, mas a sensação que sentira foi a
mesma. Você quer sair vivo, quer que tudo acabe logo, medo. Sim, medo, um
sentimento natural do ser humano. A adrenalina vai a mil e você reza para que o
reforço chegue logo.
Mas a principal causa da emoção do
Sargento Mike era porque, todas as vezes em que ele havia pedido prioridade, o
reforço chegou rápido e em grande quantidade. Os companheiros sempre vieram
como anjos da salvação. Sempre que recordava aqueles momentos de dificuldade,
sentia gratidão pelo empenho dos colegas. Pensava consigo: Se não fossem eles,
talvez eu não estivesse aqui hoje.
Mike segurou as lágrimas, enquanto o
tenente continuava a narração:
- A arma do meu patrulheiro travou e eu
gritava pra ele: “Aperta a tecla do ferrolho! Aperta!”. Ele não entendia e
continuava apertando a tecla do gatilho e ficava mais desesperado ao perceber
que a arma tinha dado pane e não atirava. Gente, na hora... Bem, nossa aula é
sobe solução de panes. Se a arma travar, experimente apertar a tecla do
ferrolho. Duvida? Acredite ou pague pra ver...
Nota: Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com
fatos reais é mera coincidência.
"É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença” - Inciso IX do artigo 5º da Constituição Federal.
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