"Algo está muito mal quando as pessoas de boa vontade consideram
que para viver em paz é preciso estar armado", foi o que afirmou o Senador
Critovam Buarque.
Como policial, é meu dever informar que o Senador está certo. Algo está
muito mal! Mas não são as armas a razão do problema. Graças a Deus elas
existem! Não há algo mais reconfortante que portar uma arma o dia todo, pois
não existe nada melhor para resistir a um ataque criminoso do que outra arma de
fogo.
Na verdade o problema é a benevolência generalizada em relação aos
criminosos, o que eles fazem e o que representam. Então, antes de tornar
público a terceira (e talvez a quarta parte) desse artigo, compartilho o texto
denominado "A arma é civilização".
A arma é
civilização.
Major L. Caudill –
Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA
As pessoas só possuem duas maneiras de lidar umas com as outras: pela
razão e pela força. Se você quer que eu faça algo para você, você tem a opção
de me convencer via argumentos ou me obrigar a me submeter à sua vontade pela
força.
Todas as interações humanas recaem em uma dessas duas categorias, sem
exceções. Razão ou força, só isso.
Em uma sociedade realmente moral e civilizada, as pessoas somente
interagem pela persuasão. A força não tem lugar como método válido de interação
social e a única coisa que a remove da equação é uma arma de fogo (de uso
pessoal), por mais paradoxal que isso possa parecer.
Quando eu porto uma arma, você não pode lidar comigo pela força. Você
precisa usar a razão para tentar me persuadir, porque eu possuo uma maneira de
anular suas ameaças ou o uso da força. A arma de fogo é o único instrumento que
coloca em pé de igualdade uma mulher de 50 Kg e um assaltante de 105 Kg; um
aposentado de 75 anos e um marginal de 19, e um único indivíduo contra um carro
cheio de bêbados com bastões de baseball.
A arma de fogo remove a disparidade de força física, tamanho ou número
entre atacantes em potencial e alguém se defendendo.
Há muitas pessoas que consideram a arma de fogo como a causa do
desequilíbrio de forças. São essas pessoas que pensam que seríamos mais
civilizados se todas as armas de fogo fossem removidas da sociedade, porque uma
arma de fogo deixaria o trabalho de um assaltante (armado) mais fácil.
Isso, obviamente, somente é verdade se a maioria das vítimas em
potencial do assaltante estiver desarmada, seja por opção, seja em virtude de
leis – isso não tem validade alguma se a maioria das potenciais vítimas estiver
armada.
Quem advoga pelo banimento das armas de fogo opta automaticamente pelo
governo do jovem, do forte e dos em maior número, e isso é o exato oposto de
uma sociedade civilizada.
Um marginal, mesmo armado, só consegue ser bem sucedido em uma sociedade
onde o Estado lhe garantiu o monopólio da força. Há também o argumento de que
as armas de fogo transformam em letais confrontos que, de outra maneira, apenas
resultariam em ferimentos.
Esse argumento é falacioso sob diversos aspectos. Sem armas envolvidas,
os confrontos são sempre vencidos pelos fisicamente superiores, infligindo
ferimentos seríssimos sobre os vencidos.
Quem pensa que os punhos, bastões, porretes e pedras não constituem
força letal, estão assistindo muita TV, onde as pessoas são espancadas e sofrem
no máximo um pequeno corte no lábio.
O fato de que as armas aumentam a letalidade dos confrontos só funciona
em favor do defensor mais fraco, não do atacante mais forte. Se ambos estão
armados, o campo está nivelado.
A arma de fogo é o único instrumento que é igualmente letal nas mãos de
um octogenário quanto de um halterofilista. Elas simplesmente não funcionariam
como equalizador de forças se não fossem igualmente letais e facilmente
empregáveis.
Quando eu porto uma arma, eu não o faço porque estou procurando
encrenca, mas por que espero ser deixado em paz. A arma na minha cintura
significa que eu não posso ser forçado, somente persuadido. Eu não porto arma
porque tenho medo, mas porque ela me permite não ter medo. Ela não limita as
ações daqueles que iriam interagir comigo pela razão, somente daqueles que
pretenderiam fazê-lo pela força. Ela remove a força da equação.
E é por isso que portar uma arma é um ato civilizado. Então, a maior
civilização é onde todos os cidadãos estão igualmente armados e só podem ser
persuadidos, nunca forçados.
Para finalizar, responda comigo as seguintes perguntas:
Como o Estado defende presidentes e ministros? Com armas de fogo.
Como o Estado defende deputados e senadores? Com armas.
Como o Estado defende governadores e deputados estaduais? Com armas.
Como a Justiça defende juízes e tribunais? Com armas.
Como o Ministério Público defende promotores? Com armas.
Como os banqueiros defendem seus bancos? Com armas.
Como as celebridades se defendem nas ruas e em casa? Com armas.
Como os empresários defendem seus shopping centers? Com armas.
Como a polícia defende suas delegacias? Com armas.
Como as forças armadas defendem os quartéis? Com armas.
Como os turistas estrangeiros serão protegidos nos eventos esportivos?
Com armas.
E como você e sua família são defendidos? Com a sorte.
Por: Humberto Wendling é Agente Especial da PF, Professor de Armamento e Tiro.
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