O silêncio do “inocente”

Mais uma noite de serviço e somos informados pela Central sobre elementos traficando na comercial de uma quadra da Asa Sul, a 200 metros do local apagamos toda a viatura e seguimos silenciosamente para a parte de trás da comercial. Para nossa surpresa um elemento com as características do informado e encontrado (normalmente as características nunca batem).

O elemento é abordado e é realizada a revista pessoal no cidadão. Absolutamente nada encontrado, o que nos leva a durante alguns minutos questionar a informação da CENTRAL, mas aí um dos componentes da guarnição repara que o elemento até o momento não tinha falado nada conosco, absolutamente nada, nenhuma reclamação (tão comum em quem é abordado), nenhuma conversa fiada, absolutamente nada.

Começo a conversar com o abordado, fazendo perguntas simples como o que faz aquela hora na rua, onde mora, qual seu nome, e para nossa surpresa o elemento começa a falar de forma desconexa, como que com um ovo na boca. Mando ele abrir a boca e vejo uma embalagem plástica, grande demais para o infeliz tentar engolir, para seu azar. 

Dentro da embalagem bastante maconha, e o traficante levado a Delegacia para registro. Nesta época ainda havia uma punição por uso, branda mas havia.

E mais uma vez uma lição levada para casa. A boca faz parte da revista pessoal do malandro. Experiências que vão lapidando o policial de rua a cada dia!

Fonte; COMBATENTE