terça-feira, 19 de novembro de 2013

O TENENTE E A MACACA




Meus nobres, depois de uma pausa nas estórias, volto a retomá-las, pois o dever me chama.

Primeiro o desabafo: não bastasse a profissão de escriba em Tão Tão Distante não ser remunerada; não bastasse o establishment perseguindo os nobres contadores de estórias; não bastassem as muitas horas perdidas na noite me dedicando ao livro de crônicas desse glorioso país; fiquei sabendo que tem um tal de “doce de leite” querendo me conhecer, e ao que tudo indica - pelo olhar que fez ao perguntar “quem é ele?”,  em que meu informante percebeu faíscas saindo de seu olhar - seus planos não são muito bons para a integridade física desse humilde escriba. Mas tudo bem, não podemos nos abater.



E vamos para a estória de hoje que é sobre conflito de culturas. Tudo aconteceu naqueles tempos épicos no 8° batalhão Tão Distansense.  Naqueles tempos gloriosos, a pebaiada quando queria crescer as asinhas, os nobres milicianos daquele lugar os ajudavam a se encontrar com o criador, matando assim, literalmente, o mal pela raiz. Porém, havia um cabo que de tanto ajudar os malfeitores nesse reencontro com o Todo Poderoso, começou a atrair os olhos da imprensa e do MP para aquelas paragens. Então o comandante achou por bem colocá-lo na guarda daquela heróica unidade, para que os olhares se desviassem daquele local.

Bem, o cabo então foi exercer a insigne atribuição de “comandante da guarda”. Nesse tirocínio, ele tinha por costume encher a geladeira de cerveja e assar uma carninha numa churrasqueira que sempre levava. Passava o serviço inteiro caladão, serio e sempre com a MACACA (submetralhadora 9mm) do lado, sempre ao alcance da mão. Mas, no mais, invariavelmente o serviço corria sem alterações. Pelo menos até esse dia...

O outro personagem dessa gloriosa estória, e não menos importante, era um tenente novinho. Com relação à essa criatura, quem o conheceu disse que de duas palavras que ele falava uma era “coronel”. Era um tal de “o coronel fulano”, “o tenente coronel sicrano”. Ele gostava de mostrar que era bem relacionado, ou protegido, sei lá. Bem, mas o fato é que mesmo ele sendo peixe dos homens, foi transferidode uma unidade administrativa para Ceilantão, a muito contragosto seu.

Chegando lá a desilusão foi grande, pois o mais longe do centro da cidade que ele tinha ido fora o Guaratão. A cidade ele achou suja, o povo feio e ameaçador, e o quartel foi seu maior desgosto. Era sujo e largado, os policiais andavam sem boina, ninguém prestava continência, e cada um usava a farda do jeito que queria, os policias não o chamava de senhor. As viaturas eram sujas e algumas com furos de bala. Era o caos. Então ele tomou uma decisão importantíssima que mudaria sua existência e o faria entrar para as crônicas de Tão Tão Distante: ele resolveu ser um defensor intransigente da hierarquia e disciplina naquele lugar esquecido por Deus!

De um limão faria uma limonada, pensou ele depois de ler um livro de auto-ajuda. Então começou a árdua missão de resgatar aquele local do abismo. Começou a arrochar os policias quando estava de Fox: era barba mal feita, bota suja, continências, camisa fora da calça... Eramsó coisas da mais alta importância para o serviço policial!

Porém, meus nobres companheiros, um dia seu serviço coincidiu com o do cabo do começo da estória. Por volta de duas da tarde foi inspecionar a guarda do quartel. Um soldado antigão e barrigudão que tava na hora foi logo admoestado por estar sentado em um banco velho. Era para ficar de pé e atento. No corpo da guarda, um radinho velho tocava uma música caipira ecabo estava tomando uma pinguinha enquanto lavava as louças do almoço. Quando o tenente viu aquilo ficou chocado, deslocou-se todo serião até o cabo, pegou o copo e cheirou. “QUE PORRA É ESSA? Disse todo arrogante. VOCÊ ESTÁ PRESO! Completou todo superior.

Depois de alguns segundos sem entender nada, o cabo ficou entorpecido pelo inusitado da situação, mas quando compreendeu o quetava acontecendo pegou a macaca que tava em cima da mesa e atirou no tenente. Porém o tenente foi mais esperto e conseguiu sair pela porta antes de ser atingido. Então o cabo saiu correndo atrás dele gritando “ESPERA AÍ, QUE VOU TE MATAR, FDP”, e o nosso amigo oficial desesperado só pensou em um lugar onde poderia se salvar: a sala do comandante!

Depois de uma corrida épica que durou o dobro da eternidade, nas contas do tenente, ele conseguiu alcançar a sala do comandante e, pasmem, abrigou-se debaixo da mesa do coronel! Após alguns minutos de negociação em que o comandante tentava acalmar o cabo, o tenente tremia mais que vara verdeembaixo da mesa. Então o cabão finalmente desistiu de matar o tenente e voltou para seus afazeres e o tenente pôde, assim, sair de baixo da mesa.

Depois desse dia nosso amigo oficial, além de não passar mais na guarda quando o cabo estava, intensificou seus contatos coronelísticos até conseguir sair daquele lugar infame.

FIM

Um comentário:

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